Naturalmente


Ás coisas diferentes acontecem com uma certa surpresa...

O convite partiu dela, e saiu de forma espontânea:
Vamos passar o domingo comigo?

A minha resposta foi ensaiada:
Hum... Não sei.. Acho que sim...
A cabeça girou, pensei em muitas coisas, desde aceitar um simples convite, até negar por medo do que poderia me esperar...

Acordei mais ansiosa do que de costume... Não via a hora dela me ligar confirmando minha ida...

As horas não passavam. Até que decidir me arrumar antes do combinado.

Uma chuvinha fina lá fora, clima perfeito para aceitar o convite.

Partir em busca do desconhecido, e passar um domingo diferente dos demais.

Muitas borboletas e libelulas no estômago. Confesso que já não lembrava mais como era sentir-se assim.

Chegando lá, a surpresa....

Me apresentou para família, fiquei com medo e com receio.

(Pois família pra mim é um trem sério. Seria isso uma oficialização de um possível namoro? Casamento? Ou apenas alguém que ela quer a aprovação da família antes de continuar caminhando? Enfim... Muitos pensamentos...)

Uma família adorável!!

As nossas demonstrações de carinho e afeto não pararam por causa das crianças ou pela presença de sua mãe.

Isso me fez pensar em muitas coisas, me fez pensar em como eu queria que fosse a minha vida. Como eu imagino que um dia será ás relações entre as pessoas. Será que um dia conseguiremos viver assim, tratando de forma natural os sentimentos?

Naturalmente, esta é a palavra certa, pois se eu conseguisse resumir aquele momento:
Tudo foi natural, ninguém fez caras e bocas.
E ainda teve um "coro" ensaiado me chamando de namorada da tia.

Queria pode proporcionar o mesmo sentimento e o mesmo gosto deste para ela.

Queria trazer ela em casa e ser natural, queria que não tivesse pudor por aqui. Que o mundo fosse assim.


Hoje compreendo o que Bandeira quis dizer com o poema: O impossível carinho!

"Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo
Quero
apenas contar-te a
minha ternura
Ah se em troca de tanta felicidade que
me dás
Eu te pudesse repor
- Eu soubesse repor
No coração despedaçado
As mais puras alegrias de tua
infância!"
Manuel Bandeira

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